Caixa de Pássaros

Editora: Intrínseca
Autor: Josh Malerman
Páginas: 272
Ano de publicação: 2015

Nota: 5

Sinopse: Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. 
Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.


Minha Opinião: Quando participei da Turnê Intrínseca, fiquei sabendo sobre Caixa de pássaros. Os mediadores do evento fizeram a apresentação do livro e uma breve resenha sobre ele (sem spoilers, claro), e quando sai de lá, decidi que necessitava ler o livro.
   Como costumo fazer, fui atrás de informações sobre ele, críticas e comentários em relação a leitura. Li muitas críticas sobre o livro, muitas positivas, outras nem tanto.   Minhas expectativas sobre ele eram grandes, e ao ler o livro fui surpreendida com algo diferente do que esperava. Tudo o que imaginei ou concebi antes de começar a leitura mudou no decorrer da mesma e principalmente, ao término dela.... Me me vi diante de algo que eu literalmente não imaginava.

  Caixa de Pássaros é um livro que abusa do horror psicológico, um livro que provoca sensações inexplicáveis e muitos calafrios no leitor a cada página.
  Tantos medos pertubam a alma, o medo do que se espera, o medo do que se vê, mas o pior deles é o medo do desconhecido, afinal, como reagir frente ao que não se conhece? Como se defender do inimigo que nem ao menos é visto? Um medo no escuro se transforma em uma tremenda monstruosidade.
  A cada página o autor consegue prender o leitor de uma forma perturbante, desejamos concluir a leitura, porém, não queremos que a mesma termine. Uma mistura de tensão, ansiedade, desespero, angústia e medo.

  A narrativa de caixa de Pássaros é extremamente claustrofóbica que penetra na mente do leitor de forma torturante, angustiante e deliciosa, afinal, que leitura que instiga tanto um leitor não pode ser incrivelmente maravilhosa, não é mesmo?
 Uma história narrada em terceira pessoa acompanhando Malorie, a personagem principal, no presente e a quatro anos atrás, quando tudo começou, quando o problema se espalhou.

 Os capítulos são alternados entre estes dois pontos da narrativa, em que em determinado momento convergem para o grande final. 
 O modo como Josy conduziu a narrativa alternada em dois tempos, foi fantástica pois já sabemos, de certa forma, o que vai acontecer, mas nem por isso o suspense é quebrado, pelo contrário, só instiga e tortura mais e mais o leitor. 
 Josy conseguiu incutir um clima pesado e tenso de um terror que vai se infiltrando pelas beiradas, assombrando com barulhos e sensações.

  “Na calçada, um casal passa com o jornal cobrindo o rosto até as têmporas”. Alguns motoristas dirigem com os retrovisores virados para cima. Distante, Malorie se pergunta se aqueles são sinais de que a sociedade está começando a acreditar que há algo de errado. E se houver, o que é?”… “Um homem no fim do corredor abre uma caixa de curativos. Então põe um deles sobre o olho.”

   Alguma coisa existe lá fora, alguma coisa que espera por você, em todos os lugares. Ninguém sabe o que é, quem é ou qual sua forma, porque quem viu, não viveu pra contar a história. Só se sabe que é letal. Há algo lá fora esperando para enlouquecer e toturar você e fazer você cometer atos horríveis e inexplicáveis. Basta apenas um segundo, um descuido e tudo está terminado, basta você olhar para o desconhecido, olhar para "aquilo" e você está perdido, então, Feche os olhos!

   Use uma venda, tape as janelas com cobertores, tábuas, ou o que encontrar. Construa barricadas, não deixe um sequer buraco de claridade aparecer, você não pode ver a luz do mundo lá fora. Você tem que se esconder do mundo... Viver na escuridão de uma casa com medo, com perguntas sem respostas, com a tortura de não saber pelo que esse medo é representado, não saber quando todo esse sofrimento vai acabar.. até quando?

  Anos se passaram desde que o inexplicável surto começou, agora Malorie e os dois filhos têm de enfrentar o desconhecido para salvar suas vidas. Uma viagem literalmente no escuro, sem abrir os olhos, onde qualquer atitude erronia, pode mata-los, onde uma mãe tem que criar os filhos seguindo a razão e deixando de lado a emoção. 
  A trama se baseia nessas sensações, no medo pelo desconhecido, na fuga de uma mãe com seus dois filhos na tentativa de salva-los "daquilo".


“Remar vendada é ainda mais difícil do que Malorie havia imaginado. Já aconteceu de muitas vezes o barco bater nas margens e ficar preso por vários minutos. Durante esse tempo, ela foi tomada por imagens de mãos invisíveis tirando as vendas dos olhos das crianças. Dedos emergindo da água, surgindo da lama das margens.”


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