A você que esta lendo,
ou que um dia vai ler..
ou não!
Eu sempre me perguntei se o suicídio seria uma coragem ou uma fraqueza e, por mais que me questionasse, não alcançava uma resposta cabível.
Com o tempo eu descobri, e hoje eu sei: para o nobre, suicídio é coragem; para o chulo, covardia. Vocês aí que estão lendo ...
pensariam que eu me acreditava uma nobre e que meu ato traduzia coragem.
Não! Nada disso.
Talvez por pura pretensão, ou melhor, por puro engano ..
talvez até por uma aguda percepção...
Repito, em potencial. Pois não tive paciência, capacidade, enfim, não tive coragem de esperar o desabrochar de tal nobreza de espírito que tanto sonhei, que tanto almejei, pelo qual tanto lutei. Se eu fosse como Getúlio Vargas, morreria com coragem, como não sou, eu morro como covarde.

Claro que para você que acompanha meu blog, ou sabe um pouco sobre a minha história, sabe que não foi a primeira vez que pensei nisso. Desde o início da adolescência sonho com minha morte. Minhas depressões dissipavam-se com tais fantasias e, ao final, não eu mas algo em mim morria, deixando-me a paz de espírito como herança...
Isso faz sentido para você?
Para mim nunca fez.
Infelizmente fui perdendo pouco a pouco tão útil capacidade se sonhar e, hoje, só a realidade poderia levar a cabo tal missão.

Eu já tive, mas hoje eu não tenho medo da morte, não tenho medo de morrer.
Mentira, eu sempre tive medo, e continuo tendo, mas este pensamento penetrante, e esta ideia fixa de que a morte é a solução para qualquer problema e para encerrar a desgraça do meu coração.
O que realmente temo é a possibilidade de não-realização.
Por medo dela, eu me mato, por isso sim. Pois tenho, desde muito, cultivado meu ser para grandes criações ...
não posso trair meu destino, mas posso esquivar-me de seu raio de ação, sendo que o que está fora é a própria morte.
O destino contém sua própria impossibilidade, pois nada pode ser integro e absoluto.

Eu estou cansada.
E estou envergonhada por estar cansada.
Aos olhos alheios, com tão pouco, meu sofrimento é pequeno, mas minha dor é enorme.


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