Um negro ramo em mim brotou, seus espinhos cravaram em meu peito e ao menor sorriso que surgiu, a flor desabrochou.

Era bela a simples flor, carregava dentro de si, vestígios de um novo amor...
senti a chama voltar a arder, está que há muito se apagara,
mas reacendera-se ao surgir em mim, negros ramos em flor.
O mais puro néctar, entorpecendo-me de amor.

Mas uma lágrima rolou, e uma mera gota de sangue,
a chama do sentimento quase apagou.
Sobrando apenas, brasas que ainda ardem mas que perderam o calor e o brilho.
O fogo, ofuscado e frio não mais alimenta o suposto amor, agora, reduzido a quase nada.
A flor secou e caiu levando consigo o começo de um sentimento sincero, e os espinhos do negro ramo não mais florido, cravaram tanto minha carne que chegaram a meu coração, pobre e infeliz, já tão machucado.
E no aperto sufocante, a cada batida, uma gota de sangue caia com mais peso.
A flor, tão perto de desabrochar enegreceu e suas pétalas agora,
não são nada mais além de lembranças.
E então eu sei que, esgotou-se, aquilo que nem havia começado.
Mesmo a dor sendo forte, não derramo uma lágrima sequer, mesmo sabendo que errei ao pensar que a flor pudesse render frutos, mas pelo visto não estou preparada para amar novamente. A primeira flor em mim brotada, não morreu totalmente, nem sequer enegreceu... apenas seus espinhos se agarraram muito a fundo em meu coração e a dor permanece intacta. Já nem sei mais o que é sorrir, vivo em meio a jardins mortos, respiro a podridão de flores que tentaram sobreviver inutilmente, sendo que a única flor ainda viva aqui dentro é a do meu triste amor, que mesmo não correspondido é o único que me restou.
O único que permaneceu aceso em meu coração.
Eu não queria tê-lo aqui dentro,
preferia que fosse apenas mais uma inútil flor morta em meu jardim, mas é a única viva e brilhante, porque a outra, creio que está enegrecendo a cada dia e tudo isso por uma simples lágrima derramada, por causa de simples palavras trocadas que mostraram tudo o que o brilho da bela flor ocultava, mas que ofuscado, me mostrou a verdade.
E isso foi o que mais me doeu, descobrir que tudo que enxerguei até agora, não passava de ilusões criadas pela maldita flor.
As lágrimas cessaram e a dor se alastrou, por causa dos espinhos a perfurarem meu coração.
Dos negros ramos não mais em flor.


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