A vida nunca me foi um problema,
Tão pouco prazerosa
Eu nunca consegui seguir meu rumo em paz
Sem ter que ficar ouvindo críticas, opiniões
Negativas e repressivas a respeito.
Sabe, quando li uma vez,
Uma carta de um suicida
Fiquei pensando sobre tal coisa,
Sobre tirar a própria vida por motivos que outras pessoas não entendem
Como por exemplo,
cortar o pulso porque perdeu o amor da sua vida,
ou todo dinheiro que tinha
Sei que é uma péssima comparação,
pois dinheiro nunca se comparará ao amor
Mas foi a única coisa que me veio a cabeça nesse momento de angústia.
Não que eu não esteja sã o bastante para escrever ou citar o que se passa em minha mente,
estou até melhor do que muitos me vêem por fora ou presenciaram nos últimos tempos.
É.. talvez eu realmente não esteja muito boa
E por isso despejo tudo em lágrimas, num copo de vodka e no papel.
Meus versos não rimam, e muitos não fazem sentido algum.
Concordâncias discordam
Verbos do presente, conjugados no passado
Nem sei se isso é possível...
É apenas uma metáfora
Que nem eu pude compreender.
Na verdade,
estou num estado que não me permite mais escrever corretamente como a velha língua portuguesa manda.
Não ligo para isso,
escrevo na língua dos ignorantes
Porque talvez estes, sejam os únicos a me entender.
Talvez quando eu morra, meus lamentos virem famosos
meus posts significativos
E algum representante de minha obra, torne-se rico.
E então, minha família brigue na justiça pelos direitos
Ou então, nada disso aconteça
Porque talvez a sociedade, dona do mundo
Rejeite meus parágrafos tolos e estúpidos.
E meu blog fique jogado aos hackers.
Não importa, já que sei que estarei em um lugar distante!
Talvez aqui mesmo, mas ninguém poderá me ver
Poderei gritar
Que não irão me mandar calar!
Poderei até ir a festas
Que não irão impor um horário para voltar!
Mas não poderei conversar com meus amigos
Não poderei mais escrever.
Mas também não importa.
Talvez quando eu vire cinzas
Minha mãe perceba o quanto eu sofri com o erro de algumas palavras.
E se arrependerá destas.
Eu só queria viver a minha vida, sabe.
Se alguém está lendo essa carta,
É porque imprimi ou coloquei na internet
E quando isso acontecer,
É porque resolvi partir para outra estrada
Ou porque morri de verdade!
E talvez essas linhas, se tornem famosas
Não sonho com sucesso, ou em me tornar celebridade
Só quero viver a minha vida, ser quem sou de verdade.
Sem ter que ficar dando satisfações da minha vida
Ou ficar me preocupando com que vão pensar de mim.
Não estou nem aí para o que vão pensar, ou o que pensam a meu respeito.
Fui uma garota normal,
Amei e não fui amada.
Quis receber amor materno em certos momentos e não fui correspondida.
Ou recebi de uma maneira muito esquisita
Só queria ser uma pessoa normal,
Mas logo descobri que pessoas “normais” são manipuladas
E fazem o que a sociedade manda
Tem que ter pai, mãe e irmãos...
Tudo o que uma família em paz e harmonia tem que ter
Tem que ir a igreja todo domingo
Tem que ir bem na escola.
Tem que ser enganado pelo governo
E todo mundo vive bem!
Não!
Chega!
Eu disse não!
Chega!
Não quero isso pra mim,
Assim como nunca quis
Não foi isso que escolhi
Aliás, nem tive direito de escolher
A vida foi impondo, e eu tive que aceitar.
Calada...Agora realmente estou calada
E para sempre,
Você ainda pode mudar a sua vida,
Até porque, se chegou até aqui
É porque minhas palavras são verdadeiras ou representam algo para você.
Não é mesmo?
Agora estou impossibilitada de responder a suas questões..
Mas é só parar, refletir
E ler meus poemas.. críticas.. histórias
Neles qualquer um achará um pedaço de si...
E se algum dia eu ficar famosa
Saiba que, para chegar ao sucesso
Sacrifiquei meus sonhos
Apaguei o brilho de uma estrela
Sumi com um grão de areia
Para o mundo, isso é normal
Fui apenas mais uma..
Não signifiquei nada
Mas fiz a minha parte
Cortei meus pulsos
Drogada pela dor de querer ser feliz, e não poder
E pela ânsia de sobreviver a um mundo de crueldade,
assassino de sonhos verdadeiros
Enganador de amores...
Ver meu sangue escorrendo
Não significou nada mais importante do que ver tudo ao meu redor se apagar
E finalmente cair desfalecida...
Não signifiquei nada..
não fui ninguém importante
Ninguém nunca se virou pra mim
E me disse que eu era importante para ela..
Não até hoje, no momento que escrevo essa carta
Então.. como dizia a carta que um dia li...
Adeus.. morri...
Parti para um lugar onde meu choro não incomodará a ninguém
E minha dor, não fará com que ninguém sinta pena de mim,
Porque eu já sinto..
Pena de mim mesma
Por ser um fracasso!
Por ser covarde e expor meus sentimentos
Por escrever uma carta relatando um acontecimento que nunca ocorrerá..
Porque não tenho coragem de me matar
Cortar meus pulsos ou dar um tiro bem no meio de minha testa
Jogar-me do último andar de um prédio ou saltar de uma ponte.
Sim, sou covarde
Mas eu cometi suicídio sim...
Foi por dentro que me matei
Aqui não vive mais aquela garota feliz
Mas uma nova mulher, a face de um outro alguém que eu temia que surgisse
E finalmente, se libertou.


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